A operação iniciou com a Polícia Civil de Santa Maria |
Como resultado, 14 integrantes do bando estão presos por estelionato e organização criminosa. O “Call Center” do crime funcionava na região da Vila Brasilândia, na zona norte da Capital.
Com informações privilegiadas dos cartões crédito das vítimas, os criminosos telefonavam paras elas e conseguiam que entregassem o cartão para falsos motoboys. Os idosos eram escolhidos em pequenas cidades de outros estados.
A base desta quadrilha era no escritório da rua Daniel Cerri, no Jardim Damasceno, região da Brasilândia. No local, mulheres se passavam por funcionárias de telemarketing para convencer as vítimas. Para simular a central de atendimento, os golpistas usavam um software que simula o barulho de funcionamento de um Call Center de verdade. O “telemarketing” estava até instalado em baias e o horário de funcionamento era comercial, das 8h às 17h, segundo testemunhas.
Montada a estratégia do golpe, o bando efetuava ligações para idosos em pequenas cidades, como em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Lá, a vítima recebia uma chamada de vídeo do falso departamento de segurança bancária, perguntando se o cartão havia sido usado em outro estado. Apavorada com a informação da clonagem, a vítima informa que não e entra no protocolo do golpe. O idoso é transferido para outra cabine, onde uma mulher efetua o teleatendimento, equipada com fone headset telemarketing.
A equipe de estelionatários segue então o roteiro do golpe. O idoso então é orientado a quebrar o cartão ao meio. Para comodidade do cliente, um “motoboy” é oferecido para retirar gratuitamente o cartão quebrado na residência da vítima.
Poucas pessoas sabem, mas um cartão quebrado ao meio é facilmente utilizado pelos criminosos, pois o chip não foi destruído. Com a senha em mãos, há uma simulação de bloqueio/cancelamento do cartão, que depois pode ser utilizado tranquilamente pelos golpistas.
A operação de hoje iniciou com a Polícia Civil de Santa Maria, com a coordenação da delegada Débora Dias, que já tinha 10 presos no Sul. Ela explicou que os bandidos saem de São Paulo de carro alugado ou de avião e se instalam na cidade por até uma semana para se passar por motoboys e fazer o maior número possível de vítimas. Na verdade, eles vão até a casa dos idosos em carro de aplicativos. Em Santa Maria o golpe chegou a R$ 500 mil, com quase 100 vítimas. Em Maceió chegou a R$ 1,5 milhão.
Na ação de hoje, um caderno com as orientações foi apreendido pelas equipes da Divisão de Capturas do Dope, sob a coordenação da delegada Ivalda Aleixo. De acordo com a delegada, esse tipo de golpe está sendo praticado em outros estados por quadrilhas baseadas em São Paulo. Os alvos principais são os idosos de cidades pequenas. “A gente vai investigar como eles conseguem as informações das vítimas para iniciar o golpe”, disse Ivalda.
As operações estão partindo de outros estados porque as vítimas ficam fora de São Paulo. “Mas se outras pessoas tiverem sofrido o mesmo golpe, podem nos procurar e registrar a ocorrência pela Delegacia Eletrônica”, disse a delegada divisionária. Todo o material apreendido vai para perícia do Instituto de Criminalística (IC). São mais de 20 notebooks, dezenas de celulares, máquinas de cartões, 100 chips de celulares e cadernos com anotações.
Fonte: Assessoria de Imprensa e Comunicação da Secretaria da Segurança Pública
Foto: Arquivo / Alta Tensão
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