A iniciativa ganhou força no período de distanciamento social |
A iniciativa ganhou força no período de distanciamento social como forma de manter as atividades laborterápicas de detentas do regime semiaberto, que conseguem remir pena com o trabalho realizado em um ateliê dentro do presídio. Não há gastos para a produção, pois a matéria-prima necessária é doada por empresas têxtis e lojas de roupas que precisam descartar peças já sem utilidade.
As detentas usam tecidos e pedrarias que ainda podem ser aproveitados para criar enxovais, bolsas de diferentes tamanhos, jogos americanos, entre outros itens. As ideias de novos produtos são discutidas entre as internas e a equipe do Núcleo de Trabalho do presídio, que orienta as sentenciadas.
Todas as presas foram selecionadas com base em suas aptidões e experiências na área de corte e costura e ensinam técnicas diferentes. “Quando chega uma nova integrante, formamos uma equipe e ensinamos a colocar o tecido na máquina ou a cortar as peças, sempre uma ajudando a outra”, explica Kátia, interna de 51 anos.
A reeducanda conta que teve o primeiro contato com o mercado de trabalho dentro da penitenciária, quando foi contratada por uma fábrica de confecção que mantém convênio com a unidade prisional. “Com certeza, eu mudei bastante o meu modo de pensar. Hoje, eu sou mais moderada, mais inteligente e consigo me expressar melhor”, reflete.
Economia Circular
A diretora do Núcleo de Trabalho do presídio, Estael Ramos Batista, explica que o projeto “Sol Nascer” é norteado pelos conceitos da economia circular e da sustentabilidade. “Desenvolvemos um modelo regenerativo e restaurativo, que tem como objetivo manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de usabilidade e valor”, afirma a diretora. “Nós promovemos a transformação do que iria para o lixo em algo novo”, completa.
Os itens produzidos pelas reeducandas ficam expostos para a população carcerária. “A proposta é que, futuramente, essas peças sejam comercializadas e gerem retorno financeiro às sentenciadas envolvidas”, afirma Estael.
Fonte/Foto: Secretaria da Administração Penitenciária
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