Em Tempos de Pandemia, Crochê Funciona Como Terapia para Sentenciadas

A oficina incentiva a troca de conhecimento entre as
 reeducandas ao aprender um novo ofício 
Em meio à pandemia do novo Coronavírus, as atividades não essenciais de trabalho nas unidades prisionais foram suspensas, de acordo com o Governo do Estado de São Paulo, como medida preventiva para evitar o contágio da Covid-19 nos estabelecimentos prisionais.

Mas, como forma de ocupação durante o isolamento social, as unidades femininas de Campinas, Rio Claro, Piracicaba e Votorantim viabilizaram para reeducadas a oportunidade de produzir crochês. A atividade não é uma novidade no sistema prisional. Instituições parceiras da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) são atuantes no desenvolvimento de projetos artesanais para promover a ressocialização e gerar rendas para as artesãs.

Para cumprir as medidas do Centro de Contingência do Coronavírus, a atividade tem sido realizada apenas com a finalidade de ocupar o tempo das reeducandas que, para elas, acaba sendo uma espécie de terapia.

“Nesses tempos de pandemia, o artesanato é como se fosse uma terapia para nós. Já que não podemos sair para trabalhar, então, a gente se reúne com as colegas para conversar e fazer crochê”, disse uma sentenciada.

No Centro de Ressocialização “Carlos Sidnes Cantarelli” de Piracicaba existe uma oficina de artesanato chamada “Reeducando com Arte”. Há pouco mais de um mês, as atividades são realizadas apenas para ocupar o tempo das artesãs e ocorrem em parceria com o Instituto Ação pela Paz (IAP), que disponibiliza agulhas e barbantes para a produção das peças.

Segundo a diretora da unidade, Celeste Maria Varella Abamonte, a oficina de crochê incentiva a troca de conhecimento entre as reeducandas ao aprender um novo ofício. "Estimula a criatividade, o raciocínio e eleva a autoestima”, diz.

Na Penitenciária Feminina de Campinas, há dois projetos de artesanato. Um tem o apoio da Igreja Batista e outro do Projeto Costurando Caminhos. Durante o tempo livre, as mulheres usam o conhecimento obtido como forma de terapia ocupacional, segundo elas, para evitar o estresse durante esse período de isolamento.

Há cerca de nove meses, em parceria com a ONG Mais Vida e o IAP, diversas pinturas em pano de prato, bordado em chinelo, toalhas e bolsas são produzidos no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro. No momento participam mais de trinta detentas.

Outra unidade que também realiza as oficinas de crochê é a Penitenciária Feminina de Votorantim. A atividade é uma realização independente, criada pela própria unidade prisional, e recebe o apoio dos familiares das detentas, que fazem doações do material necessário.

“O projeto traz consigo o intuito de ressignificar a vivência em grupos e fortalece vínculos para o convívio comunitário ao desenvolver as relações afetivas e sociais”, diz a diretora da unidade, Gisele Aparecida Motta de Miranda.

Fonte/Foto: Secretaria da Administração Penitenciária

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